quinta-feira, 10 de maio de 2012

JOSE GUIMARÃES

Serigrafia
36,5x49,5cm
600,00 €

De seu nome completo José Maria Fernandes Marques, adoptou o pseudónimo artístico de José de Guimarães, como homenagem à terra que o viu nascer. Primogénito, oriundo de uma família conservadora, católica, de classe média, nasceu no dia 25 de Novembro de 1939.

Realizou os seus estudos elementares na cidade de Guimarães, tendo completado o ensino secundário na cidade de Braga.

Em 1957, ingressou na Academia Militar, arma de Engenharia, tendo complementado os seus estudos universitários na cidade de Lisboa. Obteve a licenciatura em Engenharia no ano de 1965.

Nos últimos anos da década de 50, obtém bases técnicas, que se juntam aos seu talento natural, através de lições de pintura com Teresa de Sousa, de desenho com Gil Teixeira Lopes e ainda de gravura na Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses.

A criação do seu próprio código imagético é auxiliado por viagens pelos principais centros estetas da Europa. Assim, em 1961 visita Paris, onde contacta com a pintura fauvista e adopta o seu nome artístico. Maravilha-se com os clássicos italianos, como Miguel Ângelo, voltando a Paris em 1964 e 1966, onde visita a exposição de homenagem a Picasso e a de gravura de Carmen de Garcia. Em 1965, casa-se Judith Castel-Branco e parte para Munique onde contacta com a pintura de Klee, Kandinsky, os pintores da Bauhaus, Die Brücke e, principalmente, com o pintor flamengo, seiscentista, Rubens.

Exceptuando curtas visitas à metrópole, entre 1967 e 1974, permanece em Angola, numa comissão de serviço militar, onde é influenciado pela cultura e etnografia africanas. Participa em diversas manifestações culturais polémicas e em 1968, publica o manifesto «Arte Perturbadora!»

Durante este período, interessa-se cada vez mais pelas artes plásticas, o que o faz participar em várias exposições de arte moderna, obtendo o primeiro Prémio de Gravura no Salão de Arte Moderna da Cidade de Luanda, assim como o primeiro Prémio de Gravura da Universidade de Luanda.

Em 1967 inscreve-se no curso de Arquitectura da E.S.B.A.L. e em 1968 volta a ganhar o primeiro Prémio de Gravura no Salão de Arte Moderna da Cidade de Luanda.

Torna-se um estudioso da etnografia africana, sintetizando esta com a cultura europeia, o que conduz à criação de um «alfabeto» autónomo, codificado, para o qual em muito contribui o «vocabulário misterioso, necessariamente codificado» do homem africano.

Após o seu regresso definitivo a Portugal vai dedicando cada vez mais do seu tempo às artes plásticas, até que esta se tornou a sua actividade exclusiva. Participa mais activamente em exposições e em 1976 obtém uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian para investigação nas áreas de serigrafia e fotografia. No mesmo ano, pela primeira vez utiliza papel da sua própria fabricação.

Além das exposições realizadas em território nacional, expõe na Bélgica, por diversas vezes, nomeadamente nas cidades de Gand, Antuérpia, Kumrne, Malines, Child, Saint-Martine e Ostende. Surgem frequentes referências à sua obra na Europa, nos Estados Unidos da América e Canadá, assim como numerosos artigos em jornais de arte.

Em 1978, a Fundação Calouste Gulbenkian lança uma exposição dedicada ao tema «Rubens e José de Guimarães». No ano 1979, em Antuérpia, é editado um livro sobre a sua obra, com textos de Marcel van Jole, José Augusto-França, Remi de Cnodder, Fernando Pernes, entre outros.

Em 1980, ganha pela 2ª vez a medalha de bronze do «Prix Europe de Peinture de la Ville de Ostende».

A década de 80 é passada entre Portugal e a Europa, em diversas exposições sobre o seu trabalho, e tanto o Estado Francês, como o Estado Belga adquirem-lhe diversas obras. Várias das suas exposições neste período são submetidas a um tema comum.

Em 1983 utiliza, pioneiramente, nas suas esculturas de papel, materiais como o vidro moído, espelhos ou azulejos, imprimindo ao trabalho um aspecto brilhante e singular.

De Milão, passando por Paris, Madrid, Antuérpia e Portugal, o pintor José de Guimarães não tem mãos a medir - o seu trabalho é reconhecido internacionalmente e não só participa em exposições como vê serem editados livros sobre a sua obra, escritos por famosos críticos de Arte como Salette Tavares, Álvaro de Magalhães, Cesário Rodrigues-Aquilera, Fernando de Azevedo, José Augusto-França, Fernando Pernes, entre outros.

No Japão, em 1989, é convidado por Paul Enbel, director do Goethe Institut de Osaka, a construir e pintar papagaios de papel. Durante algum tempo, José de Guimarães trabalha segundo técnicas japonesas e cria a figura de D.Sebastião. Expõe individualmente em Tóquio, Chicago, Basileia, Los Angeles, Estocolmo e Salzburgo e participa em exposições colectivas na Dinamarca, Hiroshima e de novo em Tóquio.

Em 1990 é-lhe concedido pelo então Presidente da República Portuguesa, Mário Soares, o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique e vê várias das suas peças serem adquiridas por importantes instituições ou reproduzidas em cartazes, credifones, t-shirts, etc.

Em 1995, vive e trabalha em Lisboa e Paris.

Depois dos diversos acontecimentos que se sucederam em 1991 e 1992, entre os quais se contam a edição de um livro dedicado inteiramente à sua obra, as exposições retrospectivas na Fundação Calouste Gulbenkian e na Casa Serralves que integraram 30 anos de criação sua e outras exposições, nomeadamente, em Guimarães, José de Guimarães desabafa a Michel Baudson «senti-me esgotado, vazio. Decidi viajar e, depois de voltar ao Japão, partir para o México. Foi, para mim, uma revelação. Perante a arte mexicana descobri uma identidade de temas e uma identidade formal com os meus 25 anos de criações e vi-me confrontado com a significação profunda do conjunto da minha obra, cujo sentido me parece agora totalmente justificado no meu actual trabalho».

José de Guimarães entra assim numa nova fase de criação artística em que a cultura mexicana se identifica com a actividade criativa do artista. Foi, aliás, solicitada pelo governo mexicano, a execução de um painel de azulejos no Metropolitano da cidade do México.

De forma análoga, o Metropolitano de Lisboa no seu esforço de prolongamento de rede, convidou o pintor a decorar a futura estação de Carnide (estação seguinte à do Colégio Militar).

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