"Almeida Garrett"
Tinta-da-china"
19x12 cm
1.800,00 €
Joaquim Francisco Lopes nasceu na Rua Bela, no lugar da Ilha, freguesia de Vilar do Paraíso do concelho de Vila Nova de Gaia, em 23 de Abril de 1886. Era um dos oito filhos do casal José Francisco Lopes, trabalhador da construção civil, e Olívia Pereira.
Devido às dificuldades económicas da
família, Joaquim foi educado pela avó paterna, que lhe proporcionou uma vida
menos árdua do que a dos irmãos.
Após frequentar os estudos primários,
durante os quais se manifestou a sua vocação artística, o tio José pô-lo a
trabalhar numa serralharia em Gaia, propriedade de Manuel Correia, onde lhe foi
confiada a tarefa de pintar ornamentos de cofres.
Por essa altura, foi aconselhado a ingressar na Escola Industrial Passos Manuel, onde estudou Desenho, Pintura e Modelação e na qual terminou os estudos com a classificação de 20 valores, em 1906. Neste estabelecimento de ensino aprendeu cerâmica, o que lhe permitiu vir a trabalhar mais tarde em fábricas deste ramo, em Vila Nova de Gaia (Cavaco, Carvalhinho, Agueiro, etc.).
Por essa altura, foi aconselhado a ingressar na Escola Industrial Passos Manuel, onde estudou Desenho, Pintura e Modelação e na qual terminou os estudos com a classificação de 20 valores, em 1906. Neste estabelecimento de ensino aprendeu cerâmica, o que lhe permitiu vir a trabalhar mais tarde em fábricas deste ramo, em Vila Nova de Gaia (Cavaco, Carvalhinho, Agueiro, etc.).
Seguidamente, inscreveu-se no curso
de Pintura da Academia
Portuense de Belas Artes, onde foi aluno
de João Marques
de Oliveira e de José de Brito. Nesta
escola, teve por colegas outros artistas gaienses, como Diogo de
Macedo, Henrique Moreira, Joaquim Martins,
Manuel Marques e António de Azevedo.
Em 1913, ainda aluno de Belas Artes,
realizou a primeira exposição com o amigo Diogo de Macedo.
Em 1914 alcançou uma bolsa de estudo
que lhe possibilitou pintar a paisagem do Gerês, na companhia de Soares Lopes.
Os trabalhos então realizados foram apresentados na sala de exposições do jornal
"O Comércio do Porto".
Em 1915 terminou a licenciatura com a
média final de dezassete valores e, quatro anos depois, partiu para Paris, para
aperfeiçoamento da Pintura. Durante essa temporada fora do país, estudou na
Academia Grande Chaumière e foi influenciado pela cor e pela luz dos
impressionistas.
De volta a Portugal começou a
leccionar no ensino técnico, em 1930 passando para o ensino universitário, pois
nesse ano foi nomeado, por concurso, Professor de Pintura da Escola de
Belas Artes do Porto. Neste
estabelecimento de ensino, onde leccionou durante dezoito anos, veio também a
ocupar o cargo de Director (de 1948 a 1952). Durante este período de tempo
participou nas Exposições Magnas, promoveu a compra do atelier de Soares dos
Reis, na Rua de Camões, em Vila Nova de
Gaia, a ampliação das instalações da Escola e chefiou as Missões Estéticas de
Férias em Viana do Castelo (1940) e em Bragança (1943).
A sua pintura, a óleo, a pastel e
aguarela, que lhe valeu vários prémios, representa retratos, motivos regionais e
paisagens e foi apresentada em exibições nacionais e internacionais. Está
espalhada por vários museus, tais como o Museu Nacional
de Soares dos Reis, o Museu da
Faculdade de Belas Artes da U.Porto, ambos
no Porto; a Casa-Museu de Almeida Moreira, em Viseu; o Museu do Abade de Baçal,
em Bragança; o Museu José
Malhoa, na Caldas da Rainha; o Museu Grão
Vasco, em Viseu e o Museu do
Chiado, em Lisboa.
O pintor representou Portugal na
Exposição Internacional do Rio de Janeiro (1922/1923), onde recebeu a Medalha de
Prata, e, em 1929/1930, enviou telas suas com motivos portuense para a Exposição
Ibero-americana de Sevilha, tendo obtido medalhas de prata e de ouro. Por
diversas vezes foi distinguido pela Sociedade Nacional de Belas Artes pela sua
participação nas exposições anuais de pintura e pelo Secretariado Nacional de
Informação, que lhe atribuiu o 1º Prémio Silva
Porto, em 1944, e o Prémio António
Carneiro, em 1952.
A par das actividades artísticas e
pedagógicas também enveredou pela escrita e pela crítica de Arte. Foi autor de
títulos como "Marques de Oliveira", "Do Regionalismo ao Nacionalismo na Arte",
"Cândido da Cunha" ou "Silva Porto" e colaborou na rubrica "Artes e Letras" de
"O Primeiro de Janeiro".
Jubilou-se em 1955 e morreu, pouco
depois, em 25 de Março de 1956.
Muito tempo após a sua morte, o seu
aniversário foi comemorado por um grupo de amigos e admiradores, composto, entre
outros, pelo Maestro Raul Casimiro, pelo Engenheiro Adriano Rodrigues, pelos
doutores António Emídio de Magalhães e Gil da Costa, por Francisco da Paula
Ferreira e pelo pintor Manuel Rodrigues e, depois, pelo pintor Isolino Vaz e
pelos doutores Alberto Uva e Fernando Ferrão Moreira.
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